terça-feira, 15 de maio de 2012

TRAÍRA X INVERNO - ALGUÉM VAI NESSA?

Olá povo bão, mas bãããão do meu sertão sertanejo sô!
Hoje vou abordar um assunto até que polêmico que é a pesca de traíra no inverno. Posso dizer que eu não sou adepto dessa modalidade pois o frio me impede MESMO até de sair de casa pois não gosto do frio nem um pouco! hihihiihhi
Mas há quem goste de se aventura a pescar nesta época do ano e se dá muuuuito bem pois as traíras que entram nessa época são realmente as mais criadas de todas e quem pegar, vai ter história pra contar pro resto da vida!!!


A isca ideal para o inverno é uma isca de fundo de ação bem lenta ou uma isca viva. Não adianta usar uma isca parecida com uma traíra, pois o territorialismo não é forte no inverno por não ser época de reprodução! 
No inverno, as traíras viram “come-dormes (mais dorme que come)”, sendo absolutamente essencial prever onde e quando elas irão sair da loca para comer.

Como se satisfazem rapidamente (ou “empapuçam”), elas voltam imediatamente para a loca, e com isso, não haverá uma segunda chance! Trabalhar o mesmo lugar insistentemente, espantando os forrageiros (lambaris e outras presas). A isca tem que ser lenta e colocada no lugar certo, prevendo o momento em que vai escurecer (poucas vezes escurece mesmo, por causa da nebulosidade), e não faça nada que espante o predador! Um desafio! 

Lambari: uma das melhores iscas naturais pra todas as épocas.

Todos os peixes, por serem “pecilotérmicos” se alimentam menos no inverno (sua temperatura acompanha as temperaturas ambientes, interferindo em seu metabolismo otimizado aos 24º a 26º C), ficando “preguiçosos” ou menos ativos. Com a traíra, isto ocorre quando a temperatura da água chega a 18º C, anulandoos ataques aos 14º C (para uma temperatura considerada normal de 21º a 25º C).
De noite, é normal que a temperatura da água seja superior à do ar, em até três ou quatro graus no início da noite e dois graus na alvorada. Na maior parte das vezes, podemos negl igenciar este fator, entretanto, se estivermos em um inverno rigoroso (“meses sem R”, de maio a agosto), devemos preferirpescar no início da noite por ser mais quente. 

Prestar atenção na temperatura da água, pois quanto mais subir , a traíra irá atacar mais.


Especialmente quando está muito frio, as traíras procuram lugares rasos e sem correnteza, visto que a água mais fria está onde é mais profundo (e com correnteza), podendo ser pegas bem na “beiradinha” dos locais mais largos do rio (neste caso, eventualmente, com melhores resultados no anzol).

Como a temperatura da água cai durante a noite, mesmo na escuridão, podemos reconhecer o momento em que cessam as ações de traíras por estar frio demais. O uso de iscas artificiais só costuma dar bons resultados enquanto a temperatura da água permanece acima de uns 18º ou 20º C, quanto mais quente melhor. Lembrando que é com as iscas artificiais que freqüentemente pegamos as maiores traíras. 

Como a melhor hora de pescar traíras é sempre na escuridão (ou no crepúsculo, quando os lambaris agitados costumam “dar mole” ), devemos estimar a temperatura da água para sabermos a melhor opção de pesca, pois com água fria, a pesca no anzol pode ser mais produtiva (até porque elas ficam bem na “beiradinha” sob a vegetação, um lugar onde as artificiais não alcançam se houver vegetação). Somente use as iscas artificiais apenas se a mínima da água ficar acima de 18º C (ideal seria acima de 22º). Com o frio, o uso de “shads” (isca de silicone, ou mesmo peixinhos iscados e trabalhados à semelhança de um shad), “grubs” (minhocas), “jigs”, e isca viva é especialmente recomendável, já que podem ser consideradas as iscas mais lentas .

Minhocas artificiais pode ser o grande coringa a pesca nesta época!


Proporcionalmente a seu tamanho, peixes grandes são mais velhos e crescem menos, portanto comendo menos. As melhores chances para capturá-lo dependem da água estar mais quente. Convém observar que os limites de temperaturas apontados, que podem, ou não, ser favoráveis, não são válidos para todos os lugares. 

Geralmente, o inverno é a época de encostar a tralha de pesca (ou de ir pescar muitos outros peixes. ..) . Como a traíra não está reproduzindo, ela se enf ia em uma loca para descansar. Poucas vezes dando uma volta para encontrar comida, já que até a digestão fica lenta, teremos raras oportunidades para capturá-la. Estas oportunidades certamente serão ao pôr do sol , ou quando escurecer mesmo . Mas se você se considera um “ expert”, vale a pena encarar este desafio de pegar uma traíra que faça vista em pleno inverno. Para tanto, toda e qualquer condição favorável ou desfavorável deve ser levada em conta! Além de tudo que já foi dito, a principal consideração é sobre a luminosidade noturna, fator decisivo para o sucesso da pescaria, pois quando está escuro mesmo não tem jeito, vai dar peixe! 


As noites de lua cheia são as melhores para pescar a traíra , pois terá mais luminosidade para a mesma visualizar melhor a isca em movimento.


Considerando que tudo esteja certo com os demais fatores (inclusive ausência de sol e lua), resta saber se haverá nebulosidade suficiente para refletir a luz de uma cidade próxima e iluminar o local de pesca.
No inverno, ocorre um fenômeno curioso em relação à pesca de traíras, a falta de correnteza forte (pela ausência de grandes chuvas) favorece o crescimento da vegetação flutuante e as baixas temperaturas da água as tornam menos ativas, e com isso as iscas artif iciais podem ser inadequadas para esta situação (exceto as iscas de fundo, às vezes em trabalho vertical quando no meio da vegetação). Inclusive, porque as traíras preferem águas quase que paradas, onde a vegetação tende a se acumular por grandes extensões, a ponto de cruzar de uma margem a outra sem interrupção. Se isto aconteceu em algum lugar das águas onde você costuma achá-las, ou por qualquer motivo, a leitura das águas recomenda considerar a pesca sem iscas artificiais (onde as iscas artificiais não podem alcançar), considere a forma tradicional de pescá-las, pescar na batida, ou usar verticalmente iscas de fundo.


Isca de barbela longa (profundidade) trabalhando bem devagar, são excelentes para a ditacuja.


Assim como nós nos enfiamos embaixo de cobertores quando as condições ambientais não nos forem favoráveis, o mesmo ocorre com as traíras. No inverno, pesque quando e onde as condições sejam menos desfavoráveis, af inal, alguma hora e em algum lugar elas vão ter de comer (nem que seja uma vez a cada semana ou duas), e tudo isto é previsível! É imperativo conhecer o local e o peixe para pescar nestas épocas de frio e outras adversidades, pois o peixe se esconde (se enfia na loca, “caverninhas” no barro) e não importa o quanto se seja habilidoso, não vai dar peixe! Uma traíra só sai de lá se estiver com fome ou se as condições mudarem (principalmente se escurecer)...

Partes da lagoa com braquiária é um grande esconderijo para traíra ficar esperando um presa.

Geralmente; o nível da água abaixa e a correnteza diminui no inverno, e tudo isto deve ser levado em consideração para estimar onde as traíras se escondem...
A leitura das águas pode sofrer interferência da luminosidade noturna (se estiver frio, especialmente a claridade no começo da noite), seja por um luar ou por nebulosidade (que reflete a luz de uma cidade próxima), afetando a pesca durante o dia também. Se permanecer claro durante a noite toda, as traíras vão preferir (bem mais que o normal) locais com vegetação intensa (onde dificilmente se alcança sem um barco), pois estes locais oferecerão melhores chances ao predador, por ficar sempre escuro embaixo do capim “ braquiára”.

A pesca desembarcada com artificiais terá pouca chance de ser produtiva por não alcançar locais promissores, assim como a pesca embarcada será prejudicada por “não escurecer de vez”. Tente achar um local promissor com vegetação contígua a uma grande massa verde, e abuse de lançamentos um pouco mais longos, se for usar um barco.
Pesca embarcada no inverno é bem melhor pra chegar aos pontos onde as traíras estão "dormindo"!
Em suma meu amigos: Realmente deve-se tentar pegar uma ditacuja no inverno, pois se entrar, realmente vai ser uma gigante, mas eu prefiro ficar embaixo do edredon no chocolate quente e adquirindo material novo de pesca! hihihihi

Referência de texto e agradecimento: Moacyr Sacramento 
(Manual das Grandes Traíras)