segunda-feira, 14 de novembro de 2016

PESCARIA DE HOPLIAS POR 3 GERAÇÕES !!!

Aooooooooooooooooooooooo sertão do meu Brasil véio desse rincão sô!!!
Hoje trago uma matéria do pescador lá do sul do país RUY VARELLA e grande pescador de hoplias que temos hj em dia onde ele pesca junto com seu filho e sua neta trazendo essa paixão do pinxo de hoplias para futuras gerações.

No meu caso, tentei fazer meu filho e filha querer pescar hoplias por aqui no sertão do mato onde moro mas, pra variar como hoje em dia, preferem ficar no computador, celular e redes sociais do que sair no meio do sertão e ver uma hoplias explodir na flor dágua e dar aquele baita susto na hora que você está pensando em outra coisa bem longe quando está pescando, fazer o que né.

A GEOGRAFIA DO RIO GRANDE DO SUL NÃO NOS DÁ MUITAS OPÇÕES DE PEIXE. A ESPÉCIE MAIS COMUM QUE ENCONTRAMOS POR AQUI, EM QUALQUER POÇA DÁGUA, É A BRIGUENTA TRAÍRA. DAÍ SER O O PRIMEIRO PEIXE DE MUITAS GERAÇÕES DE PESCADORES.


Nas cidades vizinhas de Porto Alegre temos vários açudes e, quanto mais nos aproximamos da fronteira do Estado com os vizinhos Argentina e Uruguai, encontramos muitas áreas alagadas, açudes e com uma quantidade gran­de de traíras (Hoplias malabaricus). Assim, planejei uma pescaria ca­minhando a beira dos açudes, justa­mente num momento de férias com minha família. O convite partiu do fazendeiro Alberto Vitor da Costa, cuja propriedade, no interior do Rio Grande do Sul, tem uma bela repre­sa que ele cuida a sete chaves. 


E importante ressaltar que os donos de propriedades onde existem belos lagos têm algumas restrições devido a frequência no passado recente de maus pesca­dores. Houve flagrante de uso de redes e matança até de aves, além da depredação de verdadeiras ilhas de natureza preservada. 

Justamente por me conhecer e sabendo o quanto defendo à preservação é que recebo convites para um dia de pesca. Desta vez, parti na companhia do amigo Cristiano Garcia, meu filho Kaio Knauth e minha neta Valentina Curtinaz Knauth, que tem demos­trado um grande interesse pela pesca aos seis anos de idade. Das coisas mais prazerosas da pescaria, é o convívio com ami­gos. Nos meus tempos de juven­tude saia muitas vezes sozinho. Hora faltavam companheiros, outros não eram adeptos. Mas a pesca inicialmente solitária me rendeu outros predicados. 


Hoje valorizo os vários momen­tos contemplativos, necessários à pesca e a fotografia passou a fazer parte desses momentos. Situações que registradas a cada peixe pego, que deve ser devolvido, e aquele momento fica somente na memó­ria e nas fotos. Mas com o tempo conquistei também vários parceiros. A família é uma dessas parcerias em pescarias que também se diferem. É a união do útil ao agradável, já que além de pescar disfrutamos ainda do lugar, o cenário de tirar o fôlego, e com a possibilidade de pescar com mosca, uma das minhas paixões. A exuberância da mata na região Sul, curtir cada quadro dessa paisa­gem, observar os caminhos de campo e terminar num pequeno curso de água, entre uma caminhada e outra, até encontrar um grande açude. 

A PESCARIA
Sentado à beira do açude mon­tando o material de fly, observando e ao mesmo tempo lendo as águas, a gente define qual é o ponto de melhor rendimento. E comum nos açudes aqui do Sul, a quantidade de capim boiadeiro. Um verdadeiro tapete de tramas vegetais, difícil de pescar sem usar uma isca anti enrosco. Quem pesca com mosca sabe as dificuldades que encontramos num local como esse. 


O capim fica submerso, em alguns pontos, formando caminhos, naquele verdadeiro "trairódomo". A mosca popper, com anti-enrosco, foi a escolhida. Já no primeiro arremesso, e assim que comecei a recolher a linha, nas primeiras bolhas formadas, o rebojo. No segundo arremesso, o peixe vem como um míssil atrás da isca. A bela traíra, com seus saltos acro­báticos mostrou a que veio: vara "embodocada" recolhendo linha e ao mesmo tempo vendo o soar da carretilha. Aquilo funciona como um verdadeiro sino dos céus nos ouvidos do mosqueiro. 


Para minha surpresa, depois de várias fotos feitas deste belo exem­plar, arremessei novamente e naque­le pequeno espaço conseguimos a captura de várias traíras grandes. E como me deixou extremamente orgulhoso acompanhar minha neta Valentina fisgando sua primeira traíra. Adrenalina pura! Aos gritos de alegria, Valentina parecia que tinha o coração saindo pela boca. Um misto de medo e alegria, sem se esquecer do mais importante: "vô, solta logo o peixe"! 


Caminhando ao redor do açude com um pôr do sol deslumbrante, agradecia essa despedida e tantas e tão boas traíras depois de um dia nublado. Mais uma história de família registrada e a satisfação de poder ter compartilhado tudo isso num ambiente preservado e com muitos peixes. Venho de família de pescadores. Uma herança atávica, coisa de sangue. Ver meu filho, minha neta e eu, três gerações, tendo uma verdadeira aula de como conser­var a natureza me orgulha. Acredito mesmo que estou dei­xando um legado. Um dia minha neta já adulta vai lembrar desses dias: sem o barulho e a poluição visual das grandes cidades. E, como eu, vai saber valorizar a natureza e a vida.

Fonte: Revista PESCA ESPORTIVA Ed. 226

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